
Falar de cultura não é algo tão trivial, pois não existe cultura forte e fraca, cultura boa e ruim. A cultura é o resultado da forma como as pessoas interagem em um ambiente e de como esse ambiente evolui a partir dessas interações. Essas interações são guiadas por hábitos, atitudes, comportamentos, crenças, valores e políticas que moldam a forma das pessoas pensarem e agirem.
Fato é que dependendo da forma como esse grupo pensa e age, a adoção dos OKRs pode ser enfraquecida e até mesmo inviabilizada nesse ambiente.
Isso quer dizer que a cultura é ruim?
Não. Isso quer dizer que para essa cultura a metodologia OKR talvez não seja a melhor opção e outros modelos podem e devem ser considerados (e.g. BSC, GPD).
E se pudéssemos materializar a cultura de uma empresa em uma Kryptonita, o que será que irradiaria dessa pedra a ponto de enfraquecer e inviabilizar os superpoderes dos OKRs?
Essa resposta definitivamente poderia virar um livro.
Entretanto, após vivenciar a cultura de diferentes empresas, me lançaria aqui eleger e sumarizar as principais radiações dessa pedra:
1- Falta de confiança entre membros da equipe e entre as lideranças.
A falta de confiança gera dúvidas e incertezas de que todos tem boas intenções. Isso implica medo de conflitos de ideias e de opiniões, o que gera falta de comprometimento e fuga de responsabilidade, o que estimula o individualismo e o foco por resultados locais. Entretanto, para o sucesso dos OKR é imprescindível ir no caminho contrário: fortalecer as relações e promover a cooperação visando os resultados globais. (processo descrito no livro Os 5 desafios das equipes, Patrick Lencioni.)
2 - Decisões tomadas por “Hippos”
Hippos é o acrônimo em inglês de Highest Paid Person’s Opinion, traduzindo “a opinião da pessoa mais bem paga”. Decisões devem ser embasadas por dados e evidências. Sustentar decisões com base no salário de quem decide mina todo o processo de empoderamento e de autogestão das equipes que trabalham com OKRs. Os times precisam ter autonomia para fazer as melhores escolhas com base nas análises e nas descobertas feitas pelo próprio time. Comando e controle definitivamente não funcionam na metodologia OKR.
3- Incentivos financeiros atrelados aos OKRs.
Bônus, PLR, Stock Options são incentivos válidos para atração e retenção de talentos. Contudo, quando atrelados a OKRs podem ser perversos na promoção de times mercenários movidos pelo resultado financeiro, em detrimento da promoção de times missionários movidos pela busca da melhor solução. O OKR mais do que um modelo de gestão é uma ferramenta de comunicação e de aprendizado. Penalizar times que não atingem metas, mas que geram e comunicam inúmeros aprendizados é cortar pela raiz todo o processo de inovação.
E na sua empresa, você consegue identificar outras kryptonitas que enfraquecem os superpoderes dos OKRs?
Adote um modelo de gestão ágil que promova cultura de alta performance focada em resultados, inovação e colaboração. Entre em contato para ajudarmos a sua empresa a desenvolver o modelo de gestão das empresas do Vale do Silício.
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